Canto coral a distância

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Canto coral a distância no Choir at Home

O canto coral a distância se tornou uma atividade comum durante a pandemia. Algo que, para muitos profissionais, era impensado agora é uma realidade. O mercado rapidamente se adequou e criou as demandas para a atividade. 

Muitos correram atrás e buscaram capacitação, mas ainda há muitas lacunas na formação dos regentes, e muitos cantores ainda não estão prontos para lidar com o ambiente de aprendizado. Assim, temos, de um lado, profissionais sem capacitação para lidar com a tarefa e, de outro, pessoas que não conseguem se adaptar ao modelo. 

No canto coral a distância é possível

  • Aprender música de forma autônoma;
  • Desenvolver a técnica vocal com recursos automatizados;
  • Cantar com menos exposição, evitando constrangimentos;
  • Conhecer diversas ferramentas digitais para o aprendizado musical;
  • Aprender a gravar a voz com qualidade profissional.

EaD é mais antigo do que parece

Muitos acham que esse modelo é novo, mas o ensino a distância é mais antigo do que parece. O simples ato de mandar cartas ensinando alguma coisa, já configura ensino a distância, entretanto, muita gente ligou o modelo à internet, a  videoconferências, e a outros meios de mediação que envolvem o uso de tecnologias da informação. 

Ensino a distância é muito mais do que isso, para além das tecnologias, envolve estratégia, planejamento, capacitação e trabalho sério. A urgência de adaptação que a pandemia exigiu, obrigou muitos a promover o ensino remoto antes de estarem prontos para isso. Porém, para ser eficaz, o ensino a distância, o EaD, devido a sua complexidade, exige todo um preparo por parte daquele que se propõe a utilizá-lo. 

Ensino remoto X Ensino a distância

O ensino remoto feito durante a pandemia, na maioria dos casos, simplesmente transpôs o que era feito presencialmente para as videoconferências. Na ausência de tempo para capacitação dos profissionais e alunos, em muitas situações, essa foi a única solução. Hoje em dia, a internet rápida já atinge muitas realidades, mas não é assim no país todo e é aí que o EaD faz falta.

EaD exige infraestrutura, planejamento, projeto pedagógico, estratégia. Não é simplesmente mandar um link e tentar fazer, dentro de uma videoconferência, tudo o que acontece no encontro presencial. É um modelo de ensino diferente que possui possibilidades diversas, em alguns aspectos, mais eficientes, em outros, nem tanto. 

Infraestrutura e canto coral a distância

A pandemia revelou o quanto estamos despreparados para lidar com o EaD, e como as instituições precisam se atualizar. É assustador concluir que, com todas as possibilidades que a internet oferece, nossa própria casa possui mais infraestrutura para ensinar e aprender do que muitas salas de aula em nosso país.

Trazendo para o canto coral, observe que um teclado musical simples, quando conectado ao computador, pode fazer os sons que você quiser, som de órgão, de voz, de orquestra. Tudo isso transmitido com apenas dois cliques, mostra o quão despreparado está o ambiente de ensaio, muitas vezes munido apenas de um piano desafinado. 

Observar a facilidade de transmitir um vídeo, de mostrar gráficos musicais, espectrogramas com os harmônicos vocais em tempo real. Todos esses artifícios podem ser utilizados em salas de aula, porém não o são, ou por falta recursos para investir em equipamentos, ou por não haver interesse.

Minha tendência é de acreditar que falta interesse, já que, se uma família de classe média baixa pode obter os recursos, por que seria tão difícil para instituições que, normalmente, são mais bem organizadas? Pensar que, até hoje, para conseguir um projetor e uma caixa de som para mostrar exemplos pode ser difícil, chega a dar tristeza. 

O modelo híbrido

O termo “híbrido” entrou na moda durante a pandemia. Muita gente diz que “agora” estamos na iminência de um modelo híbrido de trabalho. Isso demonstra uma grande inconsciência, pois, a partir do momento que é feito um grupo de WhatsApp, já estamos trabalhando com formas híbridas de ensino-aprendizagem. 

Na verdade, o conceito híbrido é muito simples, basta usar ferramentas digitais que o ensino já é considerado híbrido. Isso vai desde o uso de redes sociais, passando pelos áudios de estudo, até um singelo vídeo compartilhado no YouTube. 

Já usamos o modelo híbrido faz tempo, e nunca precisamos usar esse nome para definir o uso de ferramentas digitais de ensino. Esse termo vai cair em desuso e tudo voltará a ser somente educação, usando recursos digitais de diversos modos.

Transmissão ao vivo

No auge da incoerência pedagógica, muitos acreditam que apenas transmitindo aulas e ensaios ao vivo estão adotando um modelo híbrido de trabalho. Ora, missas e cultos religiosos são transmitidos ao vivo faz tempo, e jamais foram chamados de missas e cultos híbridos. Esse é só um pequeno exemplo de como não tem cabimento o termo híbrido para ações sem orientação pedagógica.

Transmitir ao vivo significa, na maior parte dos casos, ignorar o aluno que está acompanhando pelo meio digital e esperar que aprenda a partir do que está sendo passado a quem está ao vivo. Não tem sentido educacional, pois, a escolha dos recursos didáticos devem sempre partir da necessidade do aluno. Esperar que aprenda somente assistindo uma aula ou ensaio, que nem foi pensado para ele, é transferir a responsabilidade do aprendizado. 

As pessoas não fazem isso por maldade, mas por despreparo. Especialmente no canto coral, os maestros não são capacitados pedagogicamente. Esperar que eles sejam capazes de fornecer um EaD de qualidade não é algo natural, visto que não costumam dominar nem os recursos tradicionais de ensino.

Capacitação pedagógica e canto coral a distância

Ocorre que o bacharelado em regência não tem viés pedagógico. Forma profissionais para conduzir grupos de músicos profissionais, orquestras e coros com pessoas que são letradas em música. Essa não é a realidade da maior parte dos corais do mundo, que são majoritariamente amadores.

Assim, por uma limitação de formação, muitos regentes simplesmente tentam dar um “jeitinho” para tornar o trabalho mais acessível, mas, na verdade, o que fazem é segregar, visto que aqueles que estão ao vivo se beneficiarão de algo que foi voltado exclusivamente para eles, ao passo que, quem está assistindo por transmissão, terá apenas como assistir o que aconteceu, sem interagir de forma ativa, o que é fundamental em atividades musicais.

Para que alunos e cantores consigam interagir de forma ativa são necessários recursos didáticos que atendam o ambiente onde estão. Para lidar com o ambiente digital, são necessários recursos digitais de ensino-aprendizagem. 

Por que transmitir um som ao vivo de um piano desafinado tendo tantos recursos digitais que permitem enviar o som que quiser com muito menos dados que uma transmissão ao vivo? 

Não faz sentido submeter os cantores aos poucos recursos que as salas convencionais oferecem para o ensino de música tendo tantas opções no ambiente digital. 

Autonomia no aprendizado

A verdade é que muitos maestros preferem trabalhar como decodificadores de partitura, se não fazem o trabalho de tocar o que está escrito para cantores repetirem, não sabem mais o que fazer. Entretanto, esse trabalho repetitivo pode ser feito por aplicativos simples. Mesmo uma gravação enviada por mensagem é mais eficiente. 

Talvez a transmissão ao vivo seja uma resistência ao novo modelo. Mas todos sabemos, desde a primeira crise capitalista, que trabalhos repetitivos não cabem mais na rotina contemporânea. Esse trabalho é destinado às máquinas faz tempo. Então, esse modelo de ensaio está falido na essência, e a tendência é desaparecer. 

Além disso, com as ferramentas atuais, não é mais preciso um ser humano repetindo várias vezes a mesma coisa para atender a demanda de várias pessoas. Hoje em dia, com poucos comandos, podemos repetir inúmeras vezes o trecho que desejarmos de acordo com a nossa conveniência. 

EaD ainda não é pra qualquer um

Infelizmente, o EaD ainda não é para todos os públicos, pois exige uma postura ativa do aluno. Exige um perfil mais autônomo. Ainda há pessoas que precisam de maior suporte e que não conseguem fazer sozinhas. Alguns ainda precisam de alguém que lhes “pegue pela mão” para fazer as coisas e, normalmente, não conseguem se adaptar ao modelo.

Este perfil desaparecerá aos poucos, pois os meios de ensino, cada vez mais, exigem autonomia no aprendizado e, aos poucos, a postura inerte não será mais admitida, levando esse público a trabalhos antiquados e com baixa eficiência, em muitos casos, indiferentes ao aprendizado musical, como já acontece em muitos trabalhos com baixa reflexão pedagógica, fazendo uso de recursos digitais ou não. 

Projeto pedagógico

O EaD exige um projeto pedagógico no qual os objetivos propostos sejam claros. Esses objetivos, quando se trata de canto coral, não são alcançados apenas com a execução de um repertório, mas através de soluções didáticas que usam recursos didáticos bem definidos, que dão autonomia para resolver as limitações. 

Trabalhar com EaD envolve soluções que inserem, de forma ativa, as pessoas que não podem fazer atividades presenciais. Ou melhor, EaD é para ser voltado para quem está à distância, não é uma “gambiarra” para garantir mais clientes a qualquer custo. É um modelo de trabalho que existe há séculos, desde o ensino por correspondência, e precisa ser pensado de forma séria e embasada, usando recursos próprios desse modelo de trabalho.

Fiz uma Live completa sobre EaD com Fabiano Lemos, um especialista com doutorado no assunto, que pesquisa o ambiente de ensino há mais de dez anos. Veja a Live abaixo:

Um coral a distância 

O Choir at Home foi pensado para ser uma atividade de canto coral a distância completa, com um projeto pedagógico que permite o desenvolvimento do cantor de forma ativa. No Choir at Home os cantores são capacitados a serem totalmente autônomos. Aprendem a analisar a própria voz para que possam, não apenas resolver as dificuldades, mas também identificar os próprios problemas de forma precisa.

Além da reprodução de aulas e áudios de estudo, os cantores aprendem a analisar a onda sonora e descobrir onde estão os seus problemas. Baseada na gravação, a metodologia TELA permite um trabalho em equipe de forma lúdica e assíncrona, permitindo ao cantor se desenvolver no próprio tempo, sem afetar o conjunto. 

Acesse o link abaixo e saiba mais sobre o Choir at Home e a metodologia TELA.

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