Por que escolhi o MuseScore para editar minhas partituras? Por 7 motivos...

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O MuseScore é um editor de partituras multiplataforma (funciona no windows, mac e linux) que, cada vez mais, ocupa espaço no mercado dinâmico e competitivo dos softwares de música. Fui usuário do Encore na década de 90 e do Finale nos anos 2000. Hoje, não abro mão do MuseScore. Por isso, trarei 7 motivos pelos quais utilizo esse software que vem roubando a cena no ambiente musical e mudando a lógica de pensamento do mercado.

1. O MuseScore é um software de Código Livre

Um software de código livre é totalmente gratuito, com uma arquitetura livre de direitos autorais. Ou seja, podemos baixá-lo, distribuí-lo, usá-lo e alterá-lo como quisermos gratuitamente sem infringir nenhuma lei, visto que os criadores do software abrem mão dos direitos de qualquer natureza. Assim, qualquer um pode usar o MuseScore da maneira que preferir, sem se preocupar com as limitações tão comuns nos outros softwares de música em versões gratuitas.

2. Interface WYSIWYG

A interface WYSIWIG (what you see is what you get - o que se vê é o que se obtém) é a maneira mais comum de uso dos softwares da atualidade. Nos primórdios da informática, os softwares funcionavam a partir da linguagem de comando. Alguns leitores lembrarão do ms-dos e do próprio linux que, em algumas distribuições, necessitavam de códigos de comando para executar determinadas tarefas. Nessa época, o usuário precisava ter intimidade com os códigos de programação. Com o tempo, o mercado foi se direcionando ao usuário comum. É nesse contexto que as interfaces WYSIWYG surgem, suprindo a demanda de usuários que não estavam dispostos a aprender todos os comandos para utilizar um software.
O MuseScore foi o primeiro software totalmente gratuito de edição musical com interface WYSIWYG. Até o lançamento, todos os softwares do mercado com essa característica eram pagos, e caros. Essa realidade fez com que a pirataria alavancasse nos ambientes de produtores de música e, consequentemente, a disseminação de todo tipo de problema para o computador do usuário menos experiente como vírus, malwares, softwares de venda casada, etc.
Nas primeiras versões, o MuseScore não obteve a mesma eficiência dos softwares estabelecidos no mercado, mas, hoje em dia, não perde em nada, fazendo tudo o que um software pago faz.

3. O MuseScore é mais fácil de usar

Um dos primeiros softwares de música com interface WYSIWYG é o Encore, lançado em 1984 para uma série de computadores da Atari chamada ST. Na década de 90, a versão para windows era uma das mais populares, e ainda possui usuários até os dias de hoje. Em 1988, a primeira versão do Finale foi lançada, mas a versão que alavancou o programa é a de 1997. A ótima interação com o MacOS tornou o programa mais acessível e mostrou uma poderosa ferramenta de edição com playback de alta qualidade para a época. Em 1993, o Sibelius foi lançado, como resultado de uma pesquisa de dois cientistas britânicos. O diferencial era que o músico podia escrever toda a partitura usando apenas o mouse.
Durante a década de 90, o Encore predominou, entretanto, sua última atualização ocorreu em 1998, o Encore 5. A partir desse momento, o programa estacionou. Dos anos 2000 até os dias de hoje, o Finale e o Sibelius disputam um mercado de usuários exigentes que buscam cada vez mais recursos, além da editoração, mas que tenha também um playback fiel e bonito.
A primeira versão do MuseScore foi lançada em 2002. É o resultado de mais de 10 anos de observação e uso de softwares, extraindo deles o que tinham de melhor e facilitando a aplicação para o usuário comum. Enquanto os softwares do mercado pago buscam ser o mais completos possíveis, o que os torna mais difíceis de mexer, o MuseScore procura ter o que todo produtor de música comum precisa: sem muitos recursos de música experimental, sem muita preocupação com um playback interativo, mas com eficiência e facilidade de uso do que realmente importa para o usuário regular: a escrita musical. Dessa forma, a maioria das pessoas tem migrado para o MuseScore e abandonado os softwares pagos porque editar no MuseScore é mais rápido já que mais fácil de mexer, mais objetivo pois a interface é mais intuitiva, vai direto ao ponto de interesse, sem muitas informações que não interessam a quem deseja apenas escrever e, principalmente, resolve os problemas do dia a dia do músico com mais agilidade. Editar uma partitura no MuseScore é mais rápido do que em qualquer outro software, pois ele foi feito apenas com esse propósito.

4. O MuseScore é em português

Apenas em 2014 o Sibelius disponibilizou uma versão em português. O Finale nunca ofereceu uma versão em nosso idioma, exigindo do usuário a língua inglesa e, inclusive, de conhecimentos instrumentais, visto que precisa saber os termos musicais em inglês. O MuseScore sempre foi multilingual, com tradução para vários idiomas, inclusive o português do Brasil e de Portugal.

5. O MuseScore é o único software com manual online gratuito e em português

O manual do MuseScore também é multilingual e está disponível online gratuitamente. Nenhum outro software disponibiliza o manual gratuitamente, nem em português. Há inclusive pequenos vídeos curtos com dicas simples de como começar a editar uma partitura.

6. Uma comunidade de usuários ativa

A comunidade de usuários do MuseScore é extremamente ativa. O site do software possui fóruns de discussão separados por tópicos onde podemos acessar discussões sobre tudo a respeito de edição musical, soluções encontradas com o MuseScore, resolução de problemas, comunicação de bugs, etc.
Desde 2010, é possível salvar as partituras em uma nuvem online onde o usuário pode compartilhar com outros a sua partitura. Hoje em dia, é possível acessar e controlar o playback dessas partituras por um aplicativo gratuito para tablets e celulares.

7. Atualizações constantes e automáticas

Enquanto os softwares pagos demoram demais para fazer atualizações e ainda cobram por elas, o MuseScore tem atualizações constantes corrigindo bugs, incluindo novos recursos e informando ao usuário em sua língua nativa, as novas possibilidades do programa. Sempre gratuitamente.

Eu escolhi o MuseScore pela facilidade, objetividade e pelo suporte eficiente. E você? Já usa o MuseScore? Adoraria ouvir os motivos pelo qual escolheu este software. Não usa? Deixe seu comentário também. Acrescentará bastante a discussão.

Curso de MuseScore

A partir do dia 28 de março de 2019, farei, junto à Music at Home, um curso de três meses, mostrando de maneira meticulosa como usar o MuseScore. Dividirei toda a minha experiência com o software, explorando o máximo de suas possibilidades.
Se você trabalha com música, é professor, compositor, estudante, regente, instrumentista, sabe ler música, mas não consegue entender o que você mesmo escreveu, e gostaria que suas partituras fossem bem editadas e com aparência profissional, tudo isso usando um software gratuito, leve e fácil de usar, eis a solução: o MuseScore. Um software leve, de código livre, totalmente gratuito e simples de manipular.
No mês de março, a Music at Home iniciará a primeira turma de MuseScore onde ensinaremos a dominar o software por completo, possibilitando a confecção de partituras que só as grandes editoras podem oferecer. Além disso, o curso conta com um tópico especial com dicas de como usar o software para produção de materiais gráficos musicais excepcionais. Como as notações específicas da pedagogia musical por exemplo.
Aproveite essa oportunidade. Faça sua inscrição! As vagas são limitadas. 

Comentários

  1. Concordo com o fato de que o MuseScore é hoje o software de edição musical com a melhor relação custo/benefício quando comparado com programas como o Finale, o Sibelius, ou o Encore, sendo o mesmo adequado à generalidade das necessidades existentes no domínio da edição de partituras musicais. Contudo, pela sua superioridade na apresentação gráfica de música impressa, pessoalmente prefiro o LilyPond, mesmo que este use uma filosofia de código programado ao invés do dito WYSIWYG. Além disso, o LilyPond tem algumas possibilidades avançadas não disponíveis no MuseScore, havendo ainda vantagens no uso de uma abordagem de código programado pela facilidade que isso introduz ao nível do controle fino da apresentação gráfica final. Agora, apesar disso, o MuseScore é uma excelente escolha para quem não precise de tais preciosismos e/ou não esteja disposto a enfrentar uma curva de aprendizagem no início muito lenta. E também toda a documentação do LilyPond está em inglês o que, não sendo um problema pessoal para mim, é um entrave para muitos.

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    1. Ótimas colocações, Carlos Alberto.
      O Lilypound é uma ótima pedida para quem não quer tirar as mãos do teclado ao editar uma partitura. O código programado, quando nos acostumamos, também oferece agilidade na edição. Também acho o design do Lilypound mais bonito e preciso.
      Uma ferramenta que ameniza a falta do WYSIWYG no Lilypound é o Frescobaldi que utiliza a mesma arquitetura, mas mostra em tempo real o resultado que sua partitura está tomando.
      Obrigado pelo comentário. Um abraço!

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